A ICC congratula-se com a partida do primeiro carregamento de cereais de Odesa, na sequência do acordo de exportação de cereais recentemente mediado entre a Rússia e a Ucrânia, destinado a aliviar a subida dos preços globais dos alimentos.
O acordo ganha vida depois de meses em que a ICC procurou defender a passagem segura dos produtos agrícolas, trabalhando em estreita colaboração com as Nações Unidas, como tem feito desde os primeiros dias da guerra.
A ICC tem pressionado no sentido de se obter um acordo – tanto publicamente como à porta fechada – devido à sua importância para a economia global e para as empresas em todo o mundo. É um bom exemplo da utilidade de trazer o sector privado para o Global Crisis Response Group da ONU.
Até este acordo ser ativado, as reservas alimentares ucranianas não podiam chegar aos mercados globais e os agricultores ucranianos estavam a considerar não plantar alimentos básicos para a época seguinte, com a consequência de que os preços globais dos alimentos estavam a ficar fora de controlo – ameaçando a estabilidade social, política e económica, não só na Europa, mas em todo o mundo em desenvolvimento.
Agora, os stocks alimentares existentes podem ser exportados imediatamente, inclusive para o Programa Alimentar Mundial (PAM) e países particularmente vulneráveis à crise alimentar. Os agricultores ucranianos podem retomar a plantação de trigo e outros bens essenciais que ajudarão a compensar os baixos rendimentos das colheitas previstos para este ano e para o próximo, a acalmar os mercados, e a colocar um travão ao aumento dos preços.
Este acordo de exportação de grãos do Mar Negro deve abranger toda a cadeia de valor agrícola, diz a ICC.
Grandes componentes do sector privado ucraniano poderão também continuar a funcionar mais facilmente, reduzindo os custos a longo prazo para uma eventual reconstrução económica.
A ICC felicita também o Secretário-Geral das Nações Unidas e o governo turco pela intermediação do acordo e reitera o seu apelo a uma implementação efetiva do mesmo.
John Denton, afirmou:
“É vital que a comunidade internacional faça todos os esforços para acelerar a implementação de todos os aspetos do acordo – permitindo ao sector privado restabelecer o comércio de cereais, óleos e fertilizantes aos níveis anteriores à guerra sem atrasos indevidos e pôr um travão ao aumento dos preços“.