Antes da reunião dos ministros das Finanças do G20 desta semana, a ICC apela aos líderes do G20 para que evitem uma crise global da dívida, suspendendo os pagamentos da dívida a todos os países necessitados.

Os governos das economias emergentes têm margens orçamentais muito limitadas para apoiar as empresas e as famílias na resolução das preocupantes pressões inflacionistas que prevalecem nos mercados alimentar, agrícola e energético global.

A onda de choques económicos causada pela guerra na Ucrânia corre o risco de precipitar uma crise generalizada da dívida nos mercados emergentes, o que pode provocar novas perturbações nas cadeias comerciais e de abastecimento globais, o que atrasa ainda mais o crescimento nas economias avançadas.

De acordo com um relatório recente do Global Crisis Response Group das Nações Unidas, existe agora um risco agudo de fome severa em muitas economias em desenvolvimento, sem ação que permita aos governos dispor de margem orçamental para oferecer apoios sociais adequados.

Neste contexto preocupante, a ICC emitiu uma Carta Aberta em nome das empresas, pedindo aos ministros das Finanças e dos governadores do Banco Central para chegarem a cordo sobre 3intervenções para eliminar o risco de uma crise global da dívida e, fundamentalmente, garantir que todos os mercados emergentes tenham margem fiscal suficiente para proteger os seus cidadãos dos riscos reais da fome.

Os governos devem pôr de lado as diferenças políticas e tomar medidas decisivas para garantir que nenhum governo fique sem capacidade orçamental para gerir os atuais desafios que se colocam aos sistemas energéticos e alimentares globais. Para tal, a ICC sugere aos ministros das Finanças e os governadores do Banco Central:

  • A reposição da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 por um período inicial de um ano, até julho de 2023, idealmente com amplos critérios de elegibilidade para oferecer alívio do serviço da dívida a todos os países necessitados.
  • A definição de um roteiro para chegar a acordo sobre o reforço do Quadro Comum para o Tratamento da Dívida – o mais tardar na Cimeira de Líderes do G20, em novembro de 2022.
  • O acordo sobre uma nova emissão de Direitos Especiais de Saque do FMI – não menos do que 650 mil milhões de dólares – juntamente com novas promessas.

Lei aqui a Carta Aberta da ICC para o G20