A Câmara de Comércio Internacional – juntamente com o seu parceiro Boston Consulting Group (BCG) e certas  instituições e empresas financeiras globais – publicaram o “Wave 2” dos seus Princípios para o Comércio Sustentável. Os Princípios recentemente atualizados são o mais recente produto final do trabalho contínuo da ICC junto de bancos, negócios, governos, ONGs e reguladores para apresentar um ponto de vista consensual na forma e na definição do  comércio e das finanças do comércio de forma sustentável. Os princípios expandem-se para uma cobertura setorial da normalização da metodologia de sustentabilidade e incorporam um número de melhorias com o intuito de  aperfeiçoar a sua robustez e a sua aplicabilidade.

Com o comércio internacional a representar cerca de 30% de todas as emissões de carbono, acelerar a sustentabilidade do comércio e das cadeias de abastecimento é crucial para que a economia global consiga alcançar o Acordo de Paris. Contudo, até à data, não existe nenhum consenso definido acerca do que constitui o comércio sustentável ou do financiamento do comércio sustentável – nem um meio de avaliar as transações para determinar se vão ao encontro dessas práticas.   

O secretário-geral da ICC John W.H. Denton AO no âmbito do lançamento dos Princípios na COP28 no Dubai, afirmou que : “O comércio tem de se transformar num regime para a implementação do Acordo de Paris e para o desenvolvimento sustentável. O comércio terá também de ser um facilitador das práticas sustentáveis a nível internacional, setorial e empresarial.

“O crescente interesse na ESG proporciona uma luz ao fundo do túnel na esperança de mudança, no entanto, este interesse traz com ele uma maior exigência de  precisão e clareza   relativamente ao que é constituído como comércio global sustentável e financiamento comercial sustentável. Esperamos que a evolução dos nossos Princípios de Comércio Sustentável forneçam  uma plataforma que satisfaça esta imperativa.”  

Lançado em 2022, a estrutura do “Wave 1” da ICC  procurou definir os critérios do comércio sustentável e permitir aos bancos, negócios, governos, ONGs e reguladores que acendessem a  transações de uma forma estandardizada, para determinar onde e até que ponto estes princípios  vão ao encontro dos padrões definidos. 

Seguindo o projeto piloto de 2022, a ICC lançou o “Wave 2” – um conjunto de princípios reforçados que junta conhecimentos do projeto piloto de forma a aumentar a sua amplitude e profundidade, assim como assegurar que é suficientemente expansível para ser aplicado nas transações do mundo real.

As principais melhorias são:

  • Aumento da cobertura dos sectores,  sendo agora aplicado aos sectores    da agricultura ao têxtil, energia e automóvel;
  • Implementação de uma pontuação para que se possa articular e comparar até que ponto uma transação comercial é sustentável;
  • Recentrar a análise principal para o “Uso de Procedimentos” para aumentar o alinhamento com estruturas de finanças sustentáveis já existentes;
  • Adição de um meio estandardizado de avaliar a sustentabilidade de como os bens comerciais são transportados;
  • Habilitar  o uso de taxonomias aprovadas e pontuações de ESG de terceiros para avaliar as transações;
  • Remoção da necessidade de algum julgamento subjetivo de aumentar a robustez do enquadramento e habilitar a sua automação no futuro.

Raelene Martin, Chefe de Sustentabilidade da ICC, acrescentou ainda: “Estamos extremamente gratos aos bancos e empresas  envolvidas no “Wave 1”. Graças ao seu tremendo apoio e de outros intervenientes importantes, temos sido capazes de aumentar significativamente a cobertura setorial e a precisão dos Princípios – colocando-nos no caminho certo para estabelecer um padrão comum para a definição da sustentabilidade no comércio global”.

Olhando para o futuro e no seguimento  da COP28, o foco da ICC será duplo. Primeiramente, e de forma contínua procurar melhorar a robustez e a aplicabilidade da estrutura. E, em segundo lugar, aumentar ainda mais a envolvência de bancos, empresas , governos, ONGs, e reguladores para que se siga e se adopte uma única visão consensual sobre aquilo que define comércio e comércio financeiro sustentável – tornando os “ICCs Principles for Sustainable Trade” num padrão globalmente aceite e universalmente adotado.